Persistência ou teimosia?
Em toda relação, ou melhor, em toda situação é preciso levar em conta como agimos. Será que estamos persistindo porque faz bem, porque esperamos ter sucesso? Ou será que estamos teimosamente tentando fazer virar uma situação que não tem a menor possibilidade de dar certo? Auto-destruindo-nos, abandonando nossos sonhos, destruindo o outro? Pois é: teimosia ou persistência? Burrice, ingenuidade ou lucidez, inteligência emocional?
Assim tomamos nossas decisões. Ora com clareza, ora com a cegueira que nos cabe. Em relacionamentos amorosos é tudo mais complexo – as emoções estão à flor da pele… Tendemos por isso, ficar mais do que deveríamos. A cobrar mais do que poderíamos. A confundir tudo e pensar que estamos no caminho… Quando, na verdade, estamos é nos distanciando do centro – do outro.
A bola ainda está conosco. E, nesse contexto, mais do que discutir o teor do sentimento, o melhor mesmo é viver, arriscar, entender que tudo o que é demais não tem importância se tivermos para onde voltar.
Será mesmo que não dá para refletir sobre nossa situação atual e buscar uma atitude? Será mesmo que precisamos nos condenar a qualquer tipo de relação só porque, em algum momento, fizemos a escolha?
Por isso, talvez os poetas, os romancistas tenham vivido tão bem grandes amores. Tantos quanto lhes foi possível amar. Isso é ruim? Diria a você que, ao contrário, é um privilégio para poucos. Para aqueles que aceitam correr riscos. Que compreendem a diferença do que faz bem e do que não faz. Entre experimentar e abrir mão – desapegar. Abrir-se para o novo.
Certo é tudo o que podemos fazer no momento em que estamos fazendo. Isso quer dizer que não erramos? Não. Quer dizer apenas que, quando estamos presentes, sintonizados com a realidade, podemos sempre nos desculpar, voltar atrás, mudar o compasso, o passo, escolher outro caminho…
O outro irá aceitar? Perdoar-nos?
Talvez!
E quanto a isso nada a fazer. Somente viver, caminhar, manter-se em movimento…